.. foi pelo esgoto abaixo. Tal como deveria ter acontecido desde o início!
Pelo menos por agora a explosão intestinal foi contida.
Na minha opinião a pressão pública para desmascarar este assalto dos nossos depauperados bolsos pesou imenso para que a reles tentativa de extorsão sofresse o revés a que se assistiu. Aliás, só assim se justifica que após uma aprovação unânime em sede de Comissão alguns partidos manifestassem o direito de mudar de opinião.
Felicito todos os que estiveram deste lado da barricada e também os partidos que se manifestaram contra tal absurdo. Por outro lado, para todos aqueles que estiveram do outro lado os meus sentimentos - o vosso querido "filho" afinal não passou de um aborto. E nestes últimos realço aqueles que marcaram de forma negativa todo este processo já que é verdadeiramente necessário "chamar os bois pelos nomes":
1. Gabriela Canavilhas - esta, nunca a mais verei da mesma forma como a que até a via. Sinceramente, nutria uma sincera admiração pelos seus dotes musicais que agora se tornou no mais profundo desprezo. Para além disso não poderia deixar de assinalar a cobardia com que fez uma vez que durante o tempo em que foi ministra não teve a coragem de o fazer;
2. todos partidos políticos e principalmente os deputados que fizeram parte da Comissão com especial relevo para os dos dois partidos que estão sempre a afirmar que estão do lado do povo e dos quais esperava sem qualquer hesitação uma imediata recusa;
3. Partido Socialista - saiu muito mal desta história. Se já ninguém já lhes dá crédito face à mais lastimosa actuação de um governo desde o 25 de Abril, agora, que mais uma vez se subjugou aos interesses dos bobbys, ainda ficou pior. O outro ponto a salientar é exactamente o mesmo da "promotora" - cobardia. Enquanto governo não o fez e agora na oposição é que se lembrou de promover tal porcaria sem se lembrar dos interesses daqueles que deveriam contar - quem os elegeu;
4. Claro que não poderia faltar a SPA. Armada em juíz em causa própria, redige este dejecto em que automaticamente acusa todos os portugueses de ladrões e caso não bastasse essa acusação ainda foi mais longe ao estabelecer uma pesada pena sem possibilidade do réu se defender de tão grave e leviana acusação. Ou seja, 99,999% da população portuguesa era acusada e declarada culpada deste crime sem qualquer possibilidade de se defender. Salvavam-se apenas duas "eleitas" minorias:
- aqueles que usassem os suportes para obras que se destinassem a deficientes;
- os que usassem os suportes para a criação das suas obras mas devidamente comprovados - certamente fazendo-se sócios desta sociedade!
Embora desta vez este processo se tenha traduzido numa vitória do povo contra este grupo de obscuros interesses, que ninguém espere sentado e descansado. Eles "andem" aí e voltarão novamente à carga pelo que todos precisarão de estar atentos e coesos para matar novas tentativas assim que comecem a aparecer.
Pela parte positiva, sem realçar ninguém embora alguns estivessem mais na linha da frente do que outros, o poder da comunidade manifestado pela sua forte adesão à recusa de tão ignóbil documento é de facto assinalável e terá sido este mesmo poder quem fez alguns personagens virar a casaca deixando um claríssimo sinal à navegação governamental de que não somos tão duros e irresponsáveis nas formas de luta como por exemplo os gregos mas cuidado com as intenções de nos acusarem sem apelo nem agravo. E nem falar da submissão aos desejos de certos bobbys e respectivas "sociedades"...