PATENTES vs INOVAÇÃO (I)

Decorrente de uma interessante troca de opiniões surgida na mailing list do Planet Geek e como o estado actual das litigações atingiu um ponto por demais ridículo, deu-me na cabeça perder um pouco de tempo com este assunto e comparar se realmente as patentes promovem a inovação ou se, pelo contrário, cortam pela raiz todo e qualquer ensejo de acontecer algo de novo e revolucionário por parte de novos ou existentes "inventores".
Para começar vou-me prender um pouco com a "thermonuclear war" promovida pelo falecido St. Jobs contra algumas das companhias que estão a usar o SO Android já que até ao momento ainda não tiveram a coragem de enfrentar o principal responsável por tão difundida e dominadora plataforma - Google.
De facto, a empresa da maçã mordida, tem promovido diversas acções contra alguns fabricantes com principal destaque para Motorola, Samsung e HTC e se nalguns poucos casos tem tido um relativo sucesso tal já não acontece noutros onde, juízes com mais conhecimentos na área da tecnologia, expõem de forma claríssima o quão ridículas são algumas das patentes usadas e a base com que foram formuladas para atacar a concorrência. No meio disto tudo, existem decisões que são exactamente opostas mostrando claramente que algo vai mal quer no sistema de patentes quanto na interpretação que alguns juízes tem da lei em que se baseiam.
Um dos casos mais típicos tem a ver com várias patentes que a Apple conquistou sem qualquer merecimento visto já existir anteriormente tal tecnologia e que tem levado pelo menos um juiz a claramente beneficiar a Apple mesmo quando a evidência é por demais exposta. Como é óbvio, a decisão tem que ser respeitada uma vez que, na ausência de mais e melhores conhecimentos por parte desse magistrado, apenas se cingiu restrictamente à interpretação que faz da lei. Por outro lado, outros juízes com mais conhecimentos na área da tecnologia tem severamente atacado os princípios de tais litigações, como por exemplo:


1. Venerável Richard Posner
"[slide-to-unlock patent] Apple’s .. argument is that “a tap is a zero-length swipe.” That’s silly. It’s like saying that a point is a zero-length line.";


Neste processo, este juiz também deu forte e feio na Motorola e no fim deu por terminado este processo, pelo menos no "seu" tribunal, sem qualquer condenação para com as duas partes que mutuamente se acusavam de transgredir as suas patentes não se ter acusado os dois de estarem unicamente a usar a lei para travar a concorrência e a lesar o interesse público com tais "tolices".


2. Entretanto, noutro tribunal, um outro juiz impôs que a venda do terminal (Samsung) Google Nexus fosse proibida nos EUA precisamente através da mesma patente.


3. Posteriormente, decorrido um curto espaço de tempo, um juiz inglês arrasava completamente com a acusação da Apple ao invalidar de forma imperiosa três patentes por manifesta "prior art" enquanto uma quarta patente não se aplicava aos terminais HTC.


Infelizmente assinalável, é a opinião de um dos advogados da Apple:
- "National patent laws thematically are very similar, but can be applied very differently. Not only are the tests different but also the evidence that can be introduced in different courts varies. If the Neonode ("prior art" considerada pelo juiz) wasn't released in the US it might not be able to be cited there. So the fact that Apple has lost this particular patent battle in the UK shouldn't mean it should be seen to have lost the global war."
Ou seja, nos EUA não interessa se realmente alguém já usava anteriormente certa tecnologia de tal forma que pode não ser aceite nos tribunais mas sim a atribuição de tal "invenção da roda" ter sido aprovada pelo sistema de patentes. Os EUA são mesmo um mundo aparte - tem que forçosamente ser inventores de tudo só pelo simples facto de, à luz da lei, as invenções não terem lá chegado!


Claramente, os orgãos emissores de patentes tem uma enorme culpa neste estado de guerra que actualmente grassa no sector tecnológico e como tal são directamente culpados pelo óbvio aproveitamento que algumas firmas usufruem apenas tendo como único fim atacar e despromover a inovação. Em vez de inventar vamos todos tornar-nos em agricultores...

MELGA SHOP APRESENTA

Como certamente todos repararam e leram por aí a Melga Shop anunciou uma fabulosa surpresa. Tão fabulosa tão fabulosa que nunca mais ninguém falaria de outra coisa, Sim, tão fabulosa que até a pílula impermeável passaria para um cantinho bem obscuro da história.

E afinal o que aconteceu!?

Nada como tentar transcrever o sucedido:
- Fantástico Mike. É para pessoas como tu que chegou a novíssima novidade - os Beatles-Melga!
- fantástico Mike. A novíssima novidade Beatles-Melga, Melga?
-sim Mike, a mais novíssima novidade Melga Beatles-Melga, Mike... basta uma vez por dia para te sentires o mais fabuloso mordedor de maçãs do mundo!
- incrível Melga.
- ouve, chega aqui e deixa-me inundar-te com a esta novíssima Beatles-Melga.
-  incrível Melga!
- incrível Mike!

Se achava absolutamente incrível a tal mirabolante novidade da Melga Shop, então o que dizer de todos aqueles que andaram super-excitadíssimos com mais um milagre do seu roque-santeiro ao ponto de mesmo assim não conseguirem ver que se trata de uma das mais incríveis vendas de banha-da-cobra de sempre !?
Felizmente, também existem alguns que mesmo tendo anunciado o tal milagre lá acabaram por reconhecer que tudo não passou de uma grande banhada!

Sinceramente, não consigo compreender como é que existe gente que, mesmo vendo o logro em que caíram, com toda a desfaçatez passe a propaganda!
Pessoalmente, nem pago continuaria com a farsa mas cada um sabe de si e nestes tempos difíceis cada cêntimo conta...

Para que nem tudo seja assim tão mau:

 

NÃO SE PREOCUPEM. A APPLE OFERECE O PRESERVATIVO...

Depois da bronca com a antena do iPhone 4 a Apple decidiu à pressa inventar uma conferência de imprensa.

Para ser claro, nunca peguei num bicho destes e nem sei se o problema é assim tão grande. Penso que efectivamente estará mesmo longe de ser um problema mas a Apple achou que era melhor ter uma conversa com o seu público, ia dizer rebanho mas alguém ainda poderia levar a mal, e vai daí de pensar a agir foi um "tirinho" e a coisa está feita. Se alguém estava à espera de grandes novidades, pode tirar o cavalinho da chuva que não as vai ter. Tratou-se afinal de mais do mesmo - isso não é nada, o ridículo número de queixosos chorões mimados não representa coisa nenhuma, etc., etc., etc.. Em suma nada de novidades e o já habitual refrão da Apple...
Ah!, mas afinal até houve uma novidade - a Apple vai fornecer gratuitamente um preservativo que anteriormente (e provavelmente depois de passar estas primeiras chuvadas...) custava cerca de $ 30 e devolver a guita a quem já tinha comprado uma coisa destas.

Ora, vou tentar por os pontos nos iii e ver o que esta embrulhada provocou:
1. o iPhone tem problemas com a "nova" antena. Sim, tem e realmente não se parece mesmo nada com uma calamidade, bem antes pelo contrário - é realmente reduzido o número de pessoas que se queixam desse problema e mesmo nesse reduzido número tem que estar reunidas uma série de condições para que aconteça;
2. se o problema até é uma minúscula pedra na engrenagem da bem oleada e Hollywoodiana máquina de propaganda já a maneira de o tratar excedeu o razoável embora este razoável não seja palavra que vem na bíblia segundo St. Jobs. De facto, não existe coisa pior para uma empresa do que tentar calar seja de que forma for as opiniões dos utilizadores. Penso que a Apple se apercebeu a tempo da tempestade que estava a causar e com a conferência de imprensa de hoje tentou remediar o mal já feito mas apenas através da oferta de um rebuçado que até era uma clara exploração.
3. se a oferta do rebuçado conseguirá calar muita gente (acredito que sim!) mas quem pensar um pouco poderá aperceber-se que tornar a criticar o "reduzido" número de queixosos e de tentar atirar as culpas para cima deles poderá não funcionar como até aqui vinha sendo hábito nos fieis seguidores da doutrina à la Apple;
4. convenhamos que a Apple se deu a um enorme trabalho quer para calar as vozes dissonantes quanto a organizar uma conferência de imprensa a todo o gás.
De um dia para o outro! 
Se o problema até nem é assim tão mau e se apenas uma gota no oceano se queixou porque carga de água se dão a tanto trabalho!?

Portanto, na improvável hipótese de um dos dois leitores que ainda tem a coragem de vir até esta tasca, tiver comprado um destes aparelhos já sabe o que tem a fazer e das duas uma:
- pede o caríssimo preservativo numa loja/revendedor da Apple;
- se já comprou uma destas coisas super-inflacionadas está na hora de ver a justiça ser feita e ir já a correr exigir o dinheirinho que pagou.

Bem, há sempre uma terceira hipótese - não fazer absolutamente nada e agradecer a St. Jobs o especial favor de lhe cobrar uma pipa de massa por uma coisa que deve valer para aí o quê - uns 80 cêntimos?
Ah!, talvez não. Com aqueles cortes deve ficar um pouco mais caro, aí uns 2 ou 3 euritos, não?

Como disse anteriormente e repito - nunca, jamais em tempo algum pus os olhos em cima de tal coisa nem tampouco mexi em algum. As cogitações foram elaboradas tendo em conta o que vou lendo por aí nalgumas fontes que me conferem confiança e isenção sobre este assunto, como por exemplo o meu planetário colega Carlos Martins.

A BOA PROFESSORA

Ou melhor, a professora boazona.

Ontem, fui apanhado de surpresa por uma notícia acerca de uma professora em Mirandela que posou nua para a Playboy.

Não me vou prender com os problemas que isso lhe está a acarretar já que geralmente esses problemas e a sua divulgação trazem água no bico, mas sim com algumas divagações sobre o tema da qualidade da professora.

1 - Que raio, no meu tempo não existiam coisas destas;

2 - para além de não existirem coisas destas, nem sequer me lembro de alguma que pudesse ter qualquer coisa parecida com 0,01% de hipóteses de posar nua para a Playboy;

3 - quem não tem qualquer hipótese de chegar a qualquer página da Playboy ou outra revista do género é uma parvalhona qualquer, presumo aluna dessa professora, que "discorda do que a professora fez" e, cúmulo dos cúmulos, "ela deveria dar o exemplo"!

Ó pequena, ela deu o exemplo. Tu e a tua tacanhez é que não perceberam!

Senhores jornalistas, aconselho-vos a quando procurarem opiniões acerca de assuntos destes vão ter com pessoas que tenham para cima de 0,5 % de hipóteses de se despirem para a história. É que, no caso daquelas que apenas podem ansiar em entrar nalgum filme de terror, todos sabemos de antemão qual a opinião mesmo que secretamente esperem por algum dia servirem de adorno à porta da retrete de uma anónima oficina espalhada pelo mundo fora.

DIVIRTA-SE

Já há algum tempo alguém me tinha falado do FoxVox mas infelizmente nunca consegui saber mais sobre o assunto e entretanto também me esqueci da sua existência.
Postanto (não é gralha, não), quem me falou no FoxVox ponha o dedo no ar que a bejeca é por minha conta e no caso de ser no Porto talvez ainda siga uma francesinha num bar que recomendo.
Se tem blog?
Claro que tem.
Voltando ao assunto, este plugin para o Firefox é deveras interessante, embora a Maria fale um português que não consigo encaixar em qualquer região do nosso país, e dá para fazer umas brincadeiras tal com este músico do blog OSGEEX prova. Utilizando o FoxVox para ler alguns resumos de textos do evangelho segundo M$ "Evangelism is War!"(*), e misturando uma música própria, de qualidade muito duvidosa desde já aviso, criou uma canção que intitulou - "Tales from the Dark Side: Microsoft - The Slog".
Em resumo, como ele diz num comentário:
- "(...) This is my way of exposing Microsoft's dirty tricks to mankind.
I hope they will face the facts one fine day ;-)"

Eu também, acrescento.

Divirtam-se.

(*) - estes textos de natureza confidencial foram mostrados publicamente devido ao processo "Commes vs Microsoft" e onde se mostra até onde uma empresa pode ir para arrasar tudo e todos que lhe façam frente. Se estiverem interessados nesse mesmo post existem várias referências onde poderão consultar estas "obras-primas" do evangelismo mas desde já passo a avisar que o documento é extenso e mais facilmente poderão ver do que se trata se analisarem bem os comentários de diversas personagens que por aí andam.
Não precisam de nomes pois não?
É que se precisarem basta ir até a um site onde se possa esclarecer a natureza dos nomes. Foram todos escolhidos por lá.  :-)

COMO PODIA EU FICAR INSENSÍVEL À MAITÊ?

Ora, eis que alguém consegue traduzir exactamente aquilo que eu penso:

Divirtam-se um pouco com isto, sim?