quinta-feira, agosto 03, 2006

Nós ficarem menentes...

Ao navegar por esse "bloguístico" mundo fora, poderemos constatar o mau-trato que a, pobre/rica, língua portuguesa sofre.

Não é novidade. Sempre que alguém tece um comentário a corrigir algo, logo aparecem os epítetos menos desejados. Talvez seja da pressa ou da falta de TEMPO. Não interessa. É assim, e "prontes"...

Em "blog's" regionais, são bem empregues os termos regionais. Ninguém deveria ter vergonha da terra onde nasceu ou foi criado. Até aqui tudo bem, só que, os erros fazem parte do folclore a que diariamente assistimos.

Se em "blog's" não escandaliza muito, já nos OC's não se compreende nem deveria ser tolerável. Aqui a figura do Provedor é importante. Todos os OC's, a exemplo do Público, deveriam ter Provedoria "online". Mais importante ainda, a publicação das queixas não deveria passar por qualquer "filtro", pelo que todas seriam visualizadas, mesmo as que não obtivessem qualquer resposta.

Pior ainda, é quando se trata de uma "fonte" oficial. Com todo o "staff" disponível e escolhido a dedo, não se admitem erros de palmatória.

Vem tudo isto a propósito de uma comunicação do GaCS/AP datada de 27 de Julho de 2006, com o título "INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE REGIONAL EM EXERCÍCIO SOBRE A NOVA LEI DE FINANÇAS LOCAIS".

A páginas tantas, "reza" assim:

"Não só essa situação não se irá verificar, na medida em que não haverá qualquer diminuição nas verbas atribuídas às autarquias dos Açores, como FICAREM igualmente salvaguardadas as competências e autonomia dos órgãos de Governo próprio da Região."

Não posso acreditar. Nós ficarem menentes.

Analisando, friamente, uma aberração destas, poderemos supor que:

1. Ou foi o Sr.
presidente do Governo Regional em exercício, Sérgio Ávila, quem proferiu esta palavra;
2. Alguém no GaCS/AP achou que esta forma verbal seria a mais correcta.
3. Sou eu que estou errado. Existe um acordo ortográfico qualquer que desconheço, onde as formas verbais FOREM alteradas para que, desta forma, a "maneira de falar" de alguns micaelenses, felizmente poucos, seja considerada correcta.

Nos dois primeiros casos a culpa, provavelmente, não "morre solteira".

No terceiro caso, poderão assistir, gratuitamente, a uma imolação em "Praça Pública".

Vá lá, CORRIJEM lá isso, tá?



OBS: Pessoalmente, só conheço esta anomalia (sem efeito caso 3. esteja correcto) em certas zonas de S. Miguel. Poderá ser extensiva a todo o arquipélago, mas desconheço.

Como de costume, isto foi escrito à pressa. No caso de existirem erros, já sabem:

- Malhem com a força toda;
- Perdoem os meus pecados, assim como (...);


Esta pérola poderá ser vista aqui.


6 comentários:

nuno mendes disse...

é caso para dizer, eles forem, vierem e nada trouxerem! ahahahaha

Anónimo disse...

Caro amigo, aproveito esta paragem na ilha montanha para mandar um abraço. Sobre os erros....bem... sobre os erros... não sei! Contudo, escrever num blog é uma coisa (rapidez, falta de tempo etc.), escrever num OCS é algo bem diferente.

Mas, sobrtudo, gostei de saber a tua selecção musical! Está excelente!

Força!

Nuno Barata disse...

ahahahahaha
..mas conterem o que virem.

Nuno Barata disse...

Fora de brincadeiras.
A utilização na lingualgem oral dessas formas verbais de maneira errada não é aceitável mas é compreensivel, é o peso da tradição. Agora passar isso para a linguagem escrita é coisa que nem o Barata (assanino confesso do bom português) é capaz de fazer.

jocaferro disse...

Também a sério:
É compreensível sob a forma oral e escrita. É aceitável numa conversa ou num blog. Mas numa comunicação oficial do Governo Regional?!
Nuno Barata: eles tem lá muita gente a trabalhar. Existem sempre erros que passam a "peneira", mas alguns são tão descarados - tão 1ª classe - que não são de modo algum admissíveis.
Já vi atropelos no Foguetabraze. É normal quando se escreve directamente e muitas vezes à pressa. As ideias assaltam-nos e "lá vai disto". Mas também já lá vi post's fantásticos. É uma questão de cuidado.
Muitos dos erros não existiriam se o texto fosse revisto num (bom) corrector ortográfico, como por exemplo - "ficarem".

Tiago Franco disse...

Quando estudei em Sma, no já distante ciclo preparatório, lembro-me de um professor de ciências dizer frequentemente pérolas como: "as vigas ÀGUENTEM as paredes".
Acho que este tipo de erro é comum nas ilhas. Tradição misturada com regionalismo presumo.
Mas ver isso escrito...já custa mais a "digerir".