quinta-feira, abril 24, 2008

CAIU A MÁSCARA

A Microsoft está a organizar um concurso com o DGIDC de criação de páginas de Internet com beneficiação para os candidatos que recorrerem a tecnologias não standard e exclusivas da Microsoft, quebrando as naturais expectativas da necessária interoperabilidade da Internet.

Com efeito lê-se no regulamento, entre outras coisas, regras tão chocantes como:

O site SeguraNet era suposto ser «da responsabilidade da Equipa Multidisciplinar Computadores, Redes e Internet na Escola (ECRIE), da Direcção Geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular, do Ministério da Educação» para promover «a utilização esclarecida, crítica e segura da Internet, na Escola».

Contudo ao promover a ausência de interoperabilidade (tão essencial para a Internet) e ao beneficiar o recurso a tecnologias da Microsoft, parece mais ser da responsabilidade da Microsoft para promover Imposto Microsoft.

É certo que o CRIE tenha estado a promover a utilização do Joomla, mas a verdade é que a promoção de Software Livre não impede a necessária concorrência para um mercado livre, e promove o desenvolvimento de competências, enquanto que a promoção de software e formatos proprietários, não. Para além do mais a promoção descarada de tecnologias exclusivas da Microsoft não é honestamente justificável com a Microsoft a pagar o prémio, quando o objectivo alegado é o de «estimular o espírito criativo e empreendedor dos alunos através da construção de um website» tendo «como base a temática da Segurança da Internet».

Que outra coisa seria de esperar vinda de uma empresa que no Linux 2008 se recusou a responder quando lhes perguntaram se estavam realmente interessados em standards e interoperabilidade? O Marcos Santos da Microsoft não só não respondeu, como perfez um triste discurso em defesa das patentes de software…

Se à Microsoft não podemos exigir explicações, das acções do Estado podemos exigi-las. Carrega aqui para aceder à página dos contactos do DGIDC. ou então participa no seu fórum.

É caso para se dizer… PENSEM NAS CRIANCINHAS! Não é o bode expiatório da pedofilia on-line com que se devem preocupar, mas sobretudo da falta de competências cientifico-tecnológicas que lhes estão a provocar…


Esta autêntica roubalheira não pode passar em claro!
É o tal choque tecnológico que este governo tanto apregoa. No fundo até tem razão pois isto é verdadeiramente chocante!
Participe e diga não a esta autêntica afronta à inteligência dos portugueses!
Onde é que se admite que alguém possa ser valorizado e partir em vantagem apenas por usar $oftware da M$!?
Esta merda não é democracia mas sim uma ditadura do pior!
Só falta daqui a dias mandarem queimar tudo o que diga respeito a produtos que não sejam da M$. Isto faz-me lembrar alguma coisa e espero que alguém ganhe juízo e se retire desta nojenta iniciativa!
A M$ se quer fazer uma coisa destas que o faça sozinha. É admissível e até pode dizer que apenas será utilizado exclusivamente $oftware do monopólio. O poder político, leia-se governo, ao imiscuir-se nesta treta está a beneficiar nitidamente a M$ ao mesmo tempo que promove a exclusão social, pessoal e tecnológica.

Não conheço o envolvimento da Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular com o FEDER/FSE mas fico espantado ao ver a DGIDC a ir para a cama com uma empresa acusada e multada por práticas monopolistas.


Lido e roubado de ANSOL.

2 comentários:

Anónimo disse...

José, eu enviei uma carta aberta a este organismo público. Se quiseres, estás à vontade para o usar como modelo.
http://conversasdobruno.blogs.sapo.pt/357724.html

Francisco Costa disse...

A resposta a um e-mail que enviei parecido com o o Bruno

"Exmo. Senhor Francisco Costa,

Respondendo ao e-mail que tem a gentileza de nos fazer chegar e que agradecemos, somos a esclarecer o seguinte:
A Microsoft, a exemplo de outros anos, lançou para a Escola Portuguesa um concurso, desta feita o concurso Webmaster 2008. O objectivo do concurso é o de promover a literacia digital, por um lado, e a navegação segura, crítica e consciente na Internet, mediante a produção e publicação de conteúdos, por outro lado.
O apoio da DGIDC/ECRIE a este concurso limita-se tão só à divulgação desta iniciativa, como apoia e divulga tantas outras, independentemente das ferramentas que as suportam, desde que considere que servem os propósitos da Escola.
Acresce no caso concreto, o facto da empresa em causa, ser parceira da DGIDC/ECRIE no consórcio Internet Segura, de que o projecto SeguraNet é parte integrante.

Com os melhores cumprimentos,
A Equipa CRIE"

Nada de novo, ou seja, estão mesmo feitos para que isto corra da maneira que corre...